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Foto do escritorRedação

Violência contra LGBT tira oportunidades de crianças, jovens e adultos

17 de maio é o Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia, uma prioridade para os direitos humanos e também um imperativo ao desenvolvimento das cidades



Vice-prefeita Patty e prefeito Filippi: Luta contra a LGBTfobia é essencial para o crescimento de Diadema


Ter nascido homossexual, bissexual, trans ou travesti é algo em comum entre os integrantes da comunidade LGBT+ enquanto os torna diferente das pessoas que se identificam como cisgêneras e heterossexuais. Para além disso, essa característica, que não define quem as pessoas são, mas que faz parte de um todo, é também utilizado como “motivo” para violências e toda forma de abuso. Uma violência que tira oportunidades de crianças, jovens e adultos LGBT+ todos os dias.

Estudos mostram que de metade a dois terços da juventude LGBT+ experimentou bullying na infância, forçando um terço deles a faltar ou até mesmo abandonar a escola. Muitos adolescentes e jovens LGBT+ são rejeitados pelos pais e expulsos de casa pela família e acabam vivendo nas ruas.

Isso fica visível quando percebemos que cerca de 40% dos jovens que moram nas ruas das grandes cidades se identificam como LGBT ou queer. Jovens gays e lésbicas são até quatro vezes mais propensos a cometer suicídio quando comparados a jovens heterossexuais, enquanto jovens trans têm quase dez vezes mais chances de cometer suicídio do que a população cisgênera.

No Brasil, entre 2020 e 2021, houve um aumento de 33% no número de assassinatos de pessoas LGBT+, de acordo com o Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+. No mesmo período, o número de homicídios em geral registrou queda de 6,5%.

Um quinto das pessoas LGBT+ já relatou experiências de discriminação no trabalho. Estudos sugerem que taxas de desemprego, pobreza, insegurança alimentar e depressão são mais altas entre membros da comunidade LGBT+. Para os indivíduos em questão essas são tragédias pessoais, mas, para a comunidade geral, isso representa um grande desperdício de potencial humano que pesa gravemente sobre a sociedade e sobre a economia.

Estudo realizado em 39 países encontrou uma ligação evidente entre a marginalização da comunidade LGBT de um país e a perda correspondente de potencial de produção econômica. O custo da homofobia e da transfobia é simplesmente colossal, seja por ocasionar uma força de trabalho encolhida e fuga de talento à perda de produtividade em geral. De acordo com um estudo recente do Banco Mundial, a discriminação contra pessoas lésbicas, gays, bissexuais e trans pode custar uma economia do tamanho da Índia, até 32 bilhões de dólares ao ano.

Temos que acabar com isso. Essas perdas no crescimento convertem-se em menores receitas fiscais para o governo, o que significa menos dinheiro para a saúde, educação e outros serviços essenciais à TODA a população. Não é surpreendente que a ONU defina o combate à homofobia e à transfobia como uma prioridade para os direitos humanos e também como um imperativo ao desenvolvimento.

O ciclo vicioso pode ser quebrado se mais e mais cidades e empresas reconhecerem os benefícios que resultam do enfrentamento à homofobia e à transfobia. No ambiente corporativo, isso pode significar adotar novas práticas corporativas para tornar o local de trabalho seguro e acolhedor para todas as pessoas LGBT+. Implica olhar para as suas práticas de negócios de cima a baixo na cadeia produtiva buscando formas de fortalecer os esforços contra a descriminação.

Na municipalidade, significa trabalhar com todas as secretarias para que compreendam a realidade da população LGBT e os incluam em suas ações, sem discriminação ou preconceito. Trabalhar também com o setor produtivo para que não os discriminem, seja no atendimento ou na contratação. É dar vez e voz a essa população, ouvindo suas demandas, construindo ações e políticas que garantam seus direitos e recebendo, encaminhando e acompanhando denúncias de agressão e violência.

É o que fazemos aqui em Diadema.

O combate à homofobia é um trabalho de todos, todas e todes. Junte-se a nós na campanha “Diadema de Todos.”

por Robson Carvalho, coordenador de Políticas de Cidadania e Diversidades / Foto: Dino Santos

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